BRASÍLIA (Reuters) – O coronavírgula está presente no Brasil há décadas, mas com o tempo se espalhou em largas proporções e hoje já é pandemia nacional. Já são mais de 150 milhões de casos confirmados.
O COVIRG-19 (nome oficial dado à virgulose) é uma doença infeciosa causada pelo coronavírus da Síndrome Pontuatória Aguda Grave (popularmente conhecido como coronavírgula). Os sintomas mais comuns são separação dolorosa entre sujeito e verbo, falta de pausa, desenvolvimento de períodos longos sem nenhuma pontuação e vocativos não sinalizados, bem como tentativa (sempre fracassada) de intercalar advérbios, locuções e expressões com apenas uma vírgula. Entre outros possíveis sintomas, estão o uso de vírgula no lugar de ponto e até de ponto no lugar de vírgula. Em alguns casos, a doença pode progredir para a falência múltipla do texto.
A doença é não é contagiosa; o vírus surge dentro do próprio hospedeiro sempre que encontra condições favoráveis para sua concepção e desenvolvimento, como a ausência de leitura e o domínio linguístico apenas de internetês e miguxês – dialetos que desconhecem pontuação.

Entre as medidas de prevenção, o ideal é a adoção de práticas amplas, como boa frequência às aulas de português e consulta a gramáticas. Já para os casos de infecção, existem alguns tratamentos e vacinas, alguns deles mais ou menos raros, mas ainda disponíveis aos infectados:
1) A vírgula, Celso Luft (1996). Obra-prima do estudo de pontuação. O livreto teve uma segunda edição em 2002, mas saiu de catálogo e hoje sua versão impressa só pode ser encontrada em sebos por preços abusivos. Nos últimos anos, uma versão em PDF pode ser encontrada internet afora (ou adentro?).
2) Só vírgula: método fácil em 20 lições, Maria Tereza de Queiroz Piacentini (1996). Neste livro, a autora reúne tudo o que foi possível sistematizar sobre o assunto, das regras básicas às mais atuais, como a dos nomes próprios, datas e endereçamentos. Está esgotado, mas pouquíssimos exemplares ainda podem ser encontrados.
3) Uso da vírgula, Thaís Nicoleti de Camargo (2005). Outro livreto muito esclarecedor que se esgotou há muitos anos e, por razões desconhecidas, nunca mais teve mais nenhuma outra edição, estando aparentemente fora de catálogo. Nele, a maravilhosa professora e consultora da Folha de S.Paulo comenta e explica as principais regras de uso da vírgula no português moderno do Brasil, com exemplos e exercícios concretos de uso, tirados de sua experiência no próprio jornal.
4) Manual da boa escrita: vírgula, crase, palavras compostas, Maria Tereza de Queiroz Piacentini (2017). Mais um livreto da professora catarinense sobre pontuação. Este aqui foca três assuntos, sendo um deles a vírgula. Conta com exercícios acompanhados de soluções comentadas que ajudam a fixação e com um índice remissivo que facilita a consulta rápida. Sua versão virtual está à venda na Amazon e também no Google Books:
https://books.google.com.br/books?id=Vb-KDwAAQBAJ
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